Telas de Edeilson Fernandes (Fotos:Reprodução)
Falar sobre as culturas dos povos originários do Brasil, trazendo à tona a diversidade dessas culturas, promovendo um resgate desses conhecimentos tradicionais, além de contribuir para a compreensão cultural herdada de seus hábitos. Esse é um dos objetivos da exposição “Povos Originários, o Brasil que Somos”, que será aberta na quinta-feira (12) no Museu Histórico de Campos, às 19h. A mostra conta com 44 telas com tamanhos variados, 14 objetos escultóricos e duas releituras do manto tupinambá, confeccionados pelo Instrutor de Artes e Ofícios da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct), Edeison Fernandes.
Edeilson conta que, apesar de ser o autor das peças, a exposição conta com o apoio dos instrutores de arte e dos animadores culturais da Prefeitura. Essa é a quarta exposição, toda dedicada aos povos originários do Brasil. A primeira foi uma mostra coletiva sobre a cultura popular brasileira. A segunda, individual com uma homenagem aos 50 anos de carreira da cantora Maria Bethânia. Já a terceira, também coletiva, falou sobre literatura teatral brasileira.
“Com essa exposição, ainda que de pequena proporção, espero sensibilizar os visitantes para a valorização da cultura ancestral e desmistificar algumas opiniões equivocadas a respeito dos indígenas brasileiros. Pintar é um hobby que cultivo há algum tempo e em 2023 comecei a pintar algumas etnias brasileiras. Inicialmente, pensei em fazer uma mostra itinerante com caráter educativo pelas escolas, mas, com o tempo, o volume de telas pintadas cresceu e optei por apresentar a ideia ao Museu Histórico de Campos, ideia essa que foi muito bem acolhida pela diretora do museu, Graziela Escocard”, explicou Edeilson.
Segundo Edeilson, a técnica utilizada para as telas é o esmalte acrílico sobre tela resinada; para os objetos escultóricos é o papel maché e para as releituras dos mantos, fios de malha com fitas de cetim aplicadas sobre avesso de veludo dévoré, que é um tipo de tecido com partes transparentes. Se ele tem alguma tela predileta? O artista conta que não, mas nutre simpatia por uma série que retrata alguns personagens da mitologia, entre eles, Tupã, Anhangá, Kurupira, Guaracy e o Kaipora, pela representatividade que eles têm nas histórias guaranis.
“Infelizmente, a colonização e os jesuítas apagaram muito a nossa cultura e nesse processo de apagamento, demonizaram muitos personagens para que as pessoas se distanciem cada vez mais das nossas mitologias”, ressaltou.
A exposição vai ser inaugurada no dia 12, mas a visitação será aberta para o público no dia 13. Durante a permanência da mostra haverá monitoria em tempo integral, para que os visitantes possam esclarecer eventuais dúvidas. As peças podem ser visitadas de terça à sexta-feira, das 9h às 17h. Sábados e domingos, das 9h às 14h.
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