Melhorias|Espaço está sendo revitalizado e deve ser entregue em maio do ano que vem (Foto: Josh)
Quem passa pela Rua Alvarenga Filho, na região da Pelinca, já pode notar o cenário de obras no Palácio da Cultura de Campos. Uma placa no local sinaliza orçamento de R$ 2,9 milhões para reforma do prédio, bem como da Praça da Bandeira e da Biblioteca Nilo Peçanha. A empreitada é da empresa PL Soluções Empresariais LTDA. De acordo com a Prefeitura, a previsão é de que as atividades sejam concluídas e o espaço seja reaberto em maio de 2025.
Ainda segundo o governo municipal, nos próximos meses ganharão forma o lugar que abrigará a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), a Biblioteca Municipal Nilo Peçanha e o espaço da Ciência e Tecnologia.
A Prefeitura informou, ainda, que os livros da Biblioteca Nilo Peçanha que foram encontrados em condição de uso, seguem sendo higienizados para que possam, no futuro, junto com o acervo atualizado, ser catalogados e ficar à disposição da população para consultas e pesquisas.
“A Secretaria de Obras e Infraestrutura informa que estão sendo feitas intervenções e adaptações de espaços na Biblioteca Municipal Nilo Peçanha e outros setores do Palácio da Cultura para a implementação de novos serviços nas áreas da educação, ciência e inovação tecnológica, que serão ofertados por pastas municipais”, declarou a gestão municipal em nota.
Em abril deste ano, o J3News publicou uma reportagem adiantando que o Palácio da Cultura passaria por nova obra, anunciando que a licitação já havia sido homologada.
Reformas e espaço fechado
A última reforma feita no local foi concluída em 2020, com custo estimado de R$ 1,2 milhão (por meio de acordo de compensação firmado em 2018, entre o município e uma empresa de São Paulo).
Durante o governo Rosinha Garotinho, o Palácio da Cultura abrigou a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima. Porém, o espaço público foi desativado em agosto de 2014. Uma reforma, orçada em R$ 2,7 milhões, não andou e o espaço permaneceu fechado até 2020. Foi reaberto no penúltimo dia de mandato do então prefeito Rafael Diniz.
Atividades
Em setembro de 2021, o prefeito Wladimir Garotinho anunciou para o Palácio da Cultura um projeto, com previsão de integrar cultura, educação, ciência e tecnologia. Em novembro do mesmo ano, o patrimônio público voltou a receber atividades. Desde então, sedia programações culturais como apresentações musicais, cafés literários, exposições artísticas, oficinas de artesanato e até baile de debutantes.
A última atividade aconteceu em 10 de maio deste ano, com o espetáculo “Corpo Sonoro”, um pocket show da cantora Mariana Soares.
História
Inaugurado em 1973 para ser um marco da arquitetura campista, o Palácio da Cultura é ainda hoje um monumento que guarda relações afetivas com muitos campistas.
Além de abrigar a Fundação Cultural, o espaço já serviu à Biblioteca Nilo Peçanha e está presente na memória de muitos campistas como o local das suas pesquisas escolares. Maior do interior do Estado, a Biblioteca permanece desativada desde 2017. O equipamento de pesquisa e fomento cultural completou 150 anos em 2022.
“Além da importância local, temos que lembrar que o Palácio da Cultura foi projetado pelo renomado arquiteto Francisco de Assis Leal, em conjunto com o engenheiro Antonio Roberto de Araújo Viana, para seguir às mais modernas tendências da época, o local recebeu ainda projeção paisagística para o jardim de Roberto Burle Marx. Entende-se, portanto, que a construção do Palácio da Cultura foi um marco da arquitetura fluminense na década de 70, alcançando projeção em editoriais de várias partes do Brasil. De tão relevante, a construção foi considerada pela Associação Brasileira de Engenharia como a obra de maior importância no cenário brasileiro no ano de sua inauguração”, destaca a historiadora Rafaela Machado.
Doutora em História e diretora do Arquivo Público Municipal, Rafaela destacou a importância não só da reabertura, bem como da valorização do espaço:
“O Palácio da Cultura merece estar aberto novamente ao público. Vale ressaltar que a reabertura do espaço tem sido também motivo de muitos protestos por parte dos vários segmentos do setor artístico-cultural de Campos. As críticas encontram lugar no compartilhamento do espaço com outros setores da governança, como o Centro Municipal de Inovação, ligado à Superintendência de Ciência, Tecnologia e Inovação e ao fomento do empreendedorismo”, diz. E acrescenta:
“Apesar das várias críticas ao novo projeto, é bom lembrar que o Palácio da Cultura já vinha passando por seguidas descaracterizações, principalmente após a instalação da Secretaria de Educação, ou de parte dela, em anos anteriores. De tal forma, independente do compartilhamento do espaço, item importantíssimo a estar na pauta é a manutenção da originalidade do local, ou sua adequação sem que se gerem descaracterizações ao mesmo. Por fim, que não nos esqueçamos que o Palácio é da Cultura, entendendo, no entanto, tudo que esta mesma engloba”, completa.
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