A situação do Rio Paraíba do Sul segue preocupando a população campista. Com pouca vazão de água, a proliferação de algas tem tomado a extensão do Rio tem visto, dando a ele uma diferente coloração esverdeada. Em Campos, as queixas sobre gosto e cheiro da água nas casas já acontecem há quase um mês.
Agora, a situação do Rio Paraíba do Sul ganhou destaque em um site de Além Paraíba, cidade situada no interior de Minas Gerais, na divisa com o Estado do Rio de Janeiro.
O jornal Além Parahyba enfatizou que o aumento da população de micro e macroalgas e também dos vegetais aquáticos indica desequilíbrio ambiental e pode resultar em uma grande catástrofe. O portal alerta para o cenário como grande ameaça ao ecossistema. O Rio Paraíba corta toda a extensão da divisa entre Além Paraíba e o RJ.
A reportagem chama atenção ainda para o fato de que algumas espécies de microalgas, têm capacidade de produzir toxinas, que podem ser liberadas na água. Essas toxinas podem chegar à espécie humana por meio da alimentação, causando distúrbios diarreicos, neurotóxicos, paralisantes e amnésicos.
Alerta corrobora com análises em Campos
Em Campos, uma análise do laboratório da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), provocada pelo Ministério Público, apontou para o encontro de duas cianobactérias na água do Rio. Uma delas, capaz de produzir toxinas. Outra, responsável por gerar gosto e odor de mofo e terra à água – podendo dar tais características a água potável.
Em entrevista ao J3News, o Diretor do Comitê Baixo Paraíba do Sul e Itabapoana, João Siqueira explicou que por conta da baixa vazão de água em que o Rio se encontra, há maior concentração de esgoto e por consequência, proliferação de algas nessas condições:
“O Rio Paraíba recebe esgoto de todas as cidades acima, tratadas ou não, todos os dias. Quando há maior vazão de água, ele é diluído. Mas, com baixa vazão, há maior concentração do esgoto. Essa concentração aumenta favorece a proliferação de algas, que dão essa cor esverdeada na água. O cheiro que está sendo notado na água também é proveniente dessas algas. Algumas delas são tóxicas, outras não. A geosmina, por exemplo, não é. Ela dá esse gosto e odor estranho na água, mas não causa doenças. Mas, existem cianobactérias que se alimentam dessas algas e produzem toxina”, pontuou.
Também vice-presidente do Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, ele frisou que a questão pode ser solucionada com boa vontade do Governo do Estado do Rio de Janeiro, buscando uma parceria junto ao Estado de Minas Gerais:
“A solução passa por aumentar a vazão das afluentes mineiras. A população precisa caminhar ao nosso lado, fazendo pressão aos órgãos públicos para regularizar a vazão do Pomba em Muriaé. Estamos lutando hoje para isso. É difícil, porque precisa de união dos governos de Minas e Rio, para que aconteça um esforço a nível federal. Minas quer essa regularização, porque muitas cidades por lá sofrem durante a estiagem. O governo fluminense não está se importando com o interior, se preocupa apenas com a capital, que está com água sobrando. O Governo do Rio precisa se mobilizar para aumentar nossa segurança hídrica”, completou.
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