Quarenta e duas pessoas foram resgatadas por agentes do Segurança Presente no domingo (21) de uma clínica clandestina de reabilitação no bairro Campo Alegre, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Segundo o Segurança Presente, o local chamado “Projeto Decav” foi descoberto depois que dois pacientes conseguiram fugir e acionaram os policiais.
Os denunciantes relataram que estavam vivendo em condições de trabalho forçado, cárcere privado e afirmaram estarem sendo seguido pelo suposto presidente do projeto, que dirigia um Hyundai Vera Cruz e costumava andar armado.
Ao chegar no local, os agentes foram recebidos pelo chefe do projeto. Segundo o Segurança Presente, lá foram encontrados dezenas de homens em condições sub-humanas.
Além do local insalubre, eles descobriram que não havia profissionais capacitados para atendimento clínico e nenhum documento que comprovasse que poderia funcionar como uma instituição para dependentes químicos.
Ao ouvir os pacientes, eles receberam relatos de maus-tratos e exploração de trabalho em condições análogas à escravidão. Segundo eles, eram obrigados a trabalhar em troca de moradia e comida.
Além disso, eram impedidos de deixar o local e recebiam punições corporais, como tapas na cara em caso de tentativa de fuga ou recusa em trabalhar.
Outra punição relatada consistia em “orar 20 minutos a cada 1 hora durante toda a noite”. Além disso, havia homens que agiam como “vigias ou capatazes” encarregados de manter a ordem, evitar fugas e aplicar as penas corporais.
O pastor Omar Bernardo da Costa, chefe do projeto, foi preso, junto com outros três pacientes que supostamente atuavam como vigias do abrigo. Eles foram encaminhados à 52ª DP (Nova Iguaçu) e detidos pelo crime de cárcere privado.
A Delegacia de Assistência Social da Prefeitura de Nova Iguaçu foi acionada e o caso foi encaminhado ao Ministério Público. Além disso, foram apreendidos três rádios comunicadores e alguns cadernos de anotações.
Após a ação, 36 pessoas foram resgatadas e levadas para um abrigo pela Secretaria Municipal de Assistência Social de Nova Iguaçu. Outras seis pessoas preferiram não ir para o abrigo.
Fonte: G1
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