Por trás de um sorriso e promessas de dias melhores, Enázio e os dois filhos pequenos viveram um pesadelo que ninguém deveria enfrentar. Esse pai caiu no golpe do falso emprego e acabou em um local totalmente insalubre e sem condições mínimas de viver. Mas a notícia é que a equipe do Só Vaquinha Boa conseguiu resgatar a família, que vivia em situação análoga à escravidão.
Enázio saiu de São Paulo para o Acre em novembro, após uma pessoa entrar em contato com ele, ofereecendo um trabalho. Como vivia uma situação difícil, ele aceitou e mudou com os dois filhos para o local. Só que quando chegou, encontrou uma realidade totalmente diferente. Foi quando ele pediu socorro e a equipe do SVB se mobilizou para ajudá-lo.
“Eu só dizia para os meus filhos que a gente ia sair daquela situação, mesmo sem saber como. Foi quando eu lembrei de vocês e pedi socorro. Ninguém merece viver o que eu vivi”, contou o pai, em entrevista ao Só Notícia Boa. Uma vaquinha foi aberta para ajudá-lo a recomeçar após esse trauma. Também orientamos quanto às questões legais do caso.
A promessa que virou pesadelo
Tudo começou após uma mulher, que já tinha ajudado o Enázio em outro momento da vida dele, viu a campanha lançada pelo Só Vaquinha Boa em outubro e decidiu ajudá-lo.
O pai contou que ela prometeu montar uma padaria para ele tomar conta, já que o Enázio trabalha com bolos e salgados. Ele recebeu as passagens comprada pela “amiga” e mudou-se com os dois filhos para o Acre.
No entanto, o que esperava pela família era um barraco insalubre, sem banheiro, sem água limpa ou refeições adequadas. Enázio só comia com os filhos caso outras pessoas que vivem na propriedade fornecessem comida para eles.
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O resgate
Após os primeiros dias, Enázio contou que a única esperança dele era compartilhar a história com a equipe do Só Vaquinha Boa.
“O Enázio me ligou de videochamada e mostrou como era o local. Foi chocante ver aquela situação. A mesma água que eles tomavam banho, que os animais faziam necessidades, era a água que eles usavam para fazer comida”, contou Monique de Carvalho, coordenadora do SVB.
Monique e Rinaldo de Oliveira, CEO da empresa, movimentaram toda a equipe para imediatamente resgatar o Enazio. Um valor foi enviado para a conta do Enázio, que comprou as passagens e conseguiu fugir do local durante a madrugada.
Foram quatro dias de viagem, monitorados pela equipe do SVB, até que a família chegasse em São Paulo e estivesse completamente segura.
Um advogado também foi acionado para que, junto com o Ministério Público, investigassem a situação e tomassem as providências legais para que a justiça seja feita.
Situação análoga à escravidão
No Brasil, viver em situação análoga à escravidão é uma grave violação dos direitos humanos e está claramente definido no artigo 149 do Código Penal. Essa prática não se limita ao trabalho forçado ou à restrição de liberdade; ela também inclui outras condições que atentam contra a dignidade humana.
Jornada exaustiva: quando o trabalhador é submetido a condições que colocam em risco sua saúde ou vida, como excesso de horas de trabalho sem descanso adequado.Trabalho forçado: quando uma pessoa é obrigada a trabalhar contra sua vontade, muitas vezes sob ameaças ou coerção.Condições degradantes de trabalho: quando o ambiente é insalubre, sem acesso a higiene, alimentação, ou condições mínimas de segurança e dignidade.Restrição de locomoção: quando o trabalhador é impedido de sair do local de trabalho ou tem seus documentos retidos como forma de controle.
No Brasil, pessoas em situação análoga à escravidão têm o direito de serem resgatadas e amparadas, e os responsáveis podem responder criminalmente, com penas que variam de dois a oito anos de prisão, além de multa.
A denúncia é essencial para que as autoridades possam agir e proteger as vítimas. É possível denunciar por meio do Disque 100 ou diretamente ao Ministério Público do Trabalho (MPT).
Vamos ajudar
Após todo esse sufoco, o Enázio precisa de ajuda para recomeçar. Uma vaquinha foi aberta para que ele consiga se manter até ter um novo emprego.
Doe pelo Pix: enazio-golpe@sovaquinhaboa.com.br
ou pelo site do Sò Vaquinha Boa, clicando aqui.