Lançado em Cannes, o documentário Bono – Histórias de ‘Surrender’, chegou nesta sexta-feira, 30, ao Apple TV+, revelando lados até então pouco conhecidos do vocalista do U2. Um dos momentos mais marcantes da produção apresenta a relação complicada de Bono com o pai, e o trauma enfrentado com a morte repentina da mãe. “A última vez que vi minha mãe viva foi no funeral do pai dela”, conta ele na produção, dizendo que a reação de seu pai à tragédia foi “nunca mais falar sobre ela.”

O momento trágico é relembrado também na biografia do cantor. Quando o avô materno morreu, em 1974, Bono tinha 14 anos. No funeral do patriarca, sua mãe, Iris Hewson, desmaiou, e foi levada às pressas para o hospital. No livro, Bono narra que estava calmo durante o funeral, e acreditava que a mãe ficaria bem. “Três dias depois, Norman [seu irmão] e eu somos levados ao hospital para nos despedirmos. Ela está viva, mas mal…”, relembra ele no livro. “Entro no quarto em guerra com o universo, mas Iris parece em paz. É difícil imaginar que uma grande parte dela já tenha partido. Seguramos sua mão”, escreve ele sobre a mãe, que morreu pouco depois, vítima de um aneurisma cerebral.

Órfão na adolescência, ele conta no documentário que buscou no pai o conforto e apoio emocional que precisava, mas não encontrou o que esperava. “Eu ansiava pela atenção do meu pai”, admite na produção. “Ele não me ouvia. Então, eu cantava cada vez mais alto”, desabafa sobre sua veia musical, que foi moldada a partir do trauma da perda e da contenção dos sentimentos durante a adolescência.

Confira o trailer:

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