A Mafalda, a garotinha famosa, esperta e cheia de opinião, sucesso desde os anos 1960 no mundo, vai virar série na Netflix. E a queridinha das HQ deve dar o que falar porque é mais atual do que nunca, com críticas aos rumos da humanidade, aos chatos de plantão e à sopa, claro.
A personagem criada por Quino, Joaquim Salvador Lavado Tejón, para atender na época a uma empresa de eletrodomésticos, se tornou conhecida por suas posições críticas, o humor ácido e por usar palavras difíceis.
A adaptação do HQ vai contar com a direção e a produção de Juan José Campanella, vencedor de um Oscar dois prêmios Emmy, está em fase de pré-produção e ainda não tem data para estreia. “Mafalda e seus amigos não só me fizeram rir muito, mas de vez em quando, me mandavam para o dicionário. E cada nova palavra que eu aprendia vinha com a recompensa de uma nova risada”, disse Campanella.
Coisas de Mafalda
Mafalda “nasceu” em 1963, mas só ficou realmente conhecida em 1968, quando virou personagem em tirinhas de jornal – os antigos quadrinhos. Como Quino tinha tempo de preparar o material, a garotinha virou uma espécie de analista dos fatos presentes.
Ao redor da Mafalda, há uma série de personagens que representam o mundo mais que atual. Liberdade é uma amiguinha dela que, é mínima, e sempre desrespeitada. Burocracia é uma tartaruga lenta e repleta de hábitos próprios.
Há, ainda, o pai, um trabalhador honesto e absolutamente comum. A mãe é vista pela garotinha como uma chata que prepara sopas e pratos sem graça. Elas brigam bastante. Para fechar a trama, existem amigos sonhadores, mercenários e egoístas.
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A série na Netflix
E a série vai dar o que falar. A produção é uma parceria entre a Netflix e o estúdio Mundoloco CGI.
O humor marcante permanecerá, segundo Campanella. “É nossa obrigação preservar o humor, o timing, a ironia e as observações de Quino”, disse.
O produtor cinematográfico Gastón Gorali assume a produção geral, além de ser corroteirista da série. MundoLoco CGI é o estúdio por trás de animações como Ian (Abel Goldfarb) e da série Mini Beat Power Rockers.
Pai humano da Mafalda
O pai humano da Mafalda, Quino, Joaquim Salvador Lavado Tejón, morreu há quatro anos, em Buenos Aires.
Tímido e retraído, Quino dizia ter ficado surpreso com a repercussão da sua personagem não só na Argentina, como no mundo. Segundo ele, era um “desenho, nada mais”.
O cartunista criou a garota, como uma menina de 6 anos, inteligente e contestadora, que adora os Beatles, o desenho do Pica-Pau, a democracia, os direitos das crianças e odeia tudo que contraria o que ela julga correto.
A menina criada por Quino (imagem) na Argentina, a Mafalda vai virar série animada na Netflix e promete polêmicas. – Foto: Quino Oficial/Agência Brasil