A Economia Circular é um conceito que busca redefinir o crescimento econômico, associando desenvolvimento econômico com um melhor uso dos recursos naturais e focando em benefícios para a sociedade em geral. Diferente do modelo linear tradicional de produção, que segue a lógica extrair, produzir e descartar, a Economia Circular busca um ciclo contínuo de reutilização, reparo, recondicionamento e reciclagem de materiais e produtos. Esse modelo é crucial para enfrentar desafios ambientais, como a escassez de recursos e a poluição, e para promover um desenvolvimento sustentável.
Segundo o The circulary Gap Report, apenas 9% da economia global é circular, ou seja, o planeta reutiliza 84,4 bilhões das 92,8 bilhões de toneladas de metais, biomassa, minerais e combustíveis fósseis consumidos anualmente em processos produtivos. No Brasil, mais de R$ 8 bilhões anuais em materiais são enviados para aterros e lixões clandestinos.
Os jovens desempenham um papel vital nesse processo. Eles são os mais afetados pelas consequências ambientais das práticas insustentáveis e os mais propensos a adotar e promover mudanças. Estes jovens estão impulsionando o desenvolvimento da Economia Circular e feito esse movimento se fortaler.
A Geração Z, que é composta por indivíduos nascidos entre 1997 e 2012, possuem forte consciência ambiental. Crescendo em um mundo cada vez mais preocupado com as questões climáticas, muitos jovens estão adotando estilos de vida mais sustentáveis e defendendo práticas ecológicas em diversas áreas de suas vidas. A Economia Circular, com seu foco na reutilização e reciclagem, surge e reverbera com os valores desta geração.
A educação é o principal fator para o envolvimento dos jovens na Economia Circular. Instituições de ensino em todo o mundo estão começando a incorporar temas de sustentabilidade e Economia Circular em seus currículos, como o conceito ESG (environmental, social and governance), que corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização. Programas educacionais que enfatizam a importância da reciclagem, do consumo consciente e da inovação sustentável são essenciais e prepararam os jovens para serem os futuros líderes dessa transformação dentro de empresas em instituições.
Com o conceiro ESG, surgem novos negócios, um novo vetor de desenvolvimento da economia e geração de resultados nas empresas e governos. O empreendedorismo é área em que os jovens estão fazendo a maior diferença. Muitos jovens empreendedores estão criando startups que se concentram em soluções sustentáveis, desde empresas de moda que utilizam materiais reciclados até plataformas digitais que promovem a troca e a reutilização de produtos.
A adoção de práticas de ESG tem se tornado cada vez mais relevante no cenário empresarial. Esses novos jovens líderes estão integrando princípios de sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e governança ética em suas startups e negócios emergentes. Estes reconhecem que alinhar suas empresas com os critérios ESG não só contribui para um futuro mais sustentável, mas também atende às demandas de consumidores e investidores que valorizam a transparência e o impacto positivo.
Segundo o Conselho Federal de Economia (COFECON) a implementação do ESG no mundo está avançando rapidamente em todos os setores da economia; Na Europa, Estados Unidos e partes da Ásia, onde essas práticas já estão amplamente difundidas, é especialmente forte nos segmentos integrados às cadeias globais de valor, seja como fornecedores, clientes, parceiros tecnológicos, estratégicos ou investidores. No Brasil, essa tendência tem se intensificado de maneira ainda mais notável; Empresas brasileiras, em particular as cearenses, envolvidas nessas cadeias globais, estão adotando o ESG com crescente força. Isso é crucial para nós, já que podemos utilizar esses exemplos como referência e benchmark para melhorar nossas próprias novas iniciativas.
De acordo com a Bloomberg e a consultoria Adox Research, nove em cada dez executivos, planejam aumentar gastos das empresas com ESG. As três principais áreas priorizadas são benchmarks e índices ESG, dados relatados pela empresa, pontuações ESG e dívida sustentável.
Iniciativas empresariais, tem mudado a forma de consumir através da Economia Circular, como a empresa americana ThredUp, um e-commerce de moda sustentável de compra e revenda de roupas de segunda mão, que foi fundada por James Reinhart, um jovem empreendedor. Iniciativas como essa não apenas reduzem o desperdício de roupas, mas também incentivam um comportamento de consumo mais consciente entre os jovens consumidores e os mais velhos.
Greta Thunberg, uma ativista ambiental sueca, é exemplo proeminente de como a juventude pode influenciar o discurso global sobre mudanças climáticas e práticas sustentáveis. Através de protestos, campanhas nas redes sociais e participação em conferências internacionais, os jovens estão exigindo ação dos governos e das empresas para adotar práticas mais sustentáveis.
A falta de recursos financeiros, acesso limitado a mercados e a necessidade de políticas governamentais mais favoráveis são alguns dos obstáculos que podem dificultar a expansão de iniciativas circulares lideradas por jovens. A falta de financiamento também é barreira notável. Startups sustentáveis muitas vezes requerem investimentos iniciais altos para desenvolver e escalar suas inovações. As instituições financeiras e investidores anjo podem hesitar em apoiar esses empreendimentos devido os riscos existentes e pela falta de compreensão dos benefícios a longo prazo da Economia Circular.
O próprio mercado tradicional, onde empresas que operam com um modelo linear (extrair, produzir e descartar) podem ver as startups circulares como concorrentes, dificultando a entrada de novas no mercado. para reverter tal quadro e apoiar ao mais jovens e suas startups, são necessárias políticas governamentais e incentivos econômicos para a Economia Circular; Políticas públicas que incentivem a reciclagem, a reutilização e a reparação de produtos podem criar um ambiente mais favorável para iniciativas sustentáveis; Através de subsídios, incentivos fiscais e programas de apoio a startups sustentáveis, governos podem incentivar e apoiar os jovens empreendedores.
A formação profissional em ESG e cursos de design sustentável, gestão de resíduos e inovação verde, prepararam jovens para carreiras que contribuam para um futuro mais sustentável. Dessa forma, desenvolvem as habilidades necessárias para os jovens prosperarem Economia Circular. Além de, gerarem novos negócios no ramo de educação com o aumento dessa demanda por formação continuada para esta economia.
Parcerias entre o setor privado, governos e organizações da sociedade cicil (OSC) podem criar um ecossistema de apoio para iniciativas de Economia Circular. Onde empresas estabelecidas podem colaborar com startups sustentáveis, oferecendo não apenas financiamento, mas também mentoria e acesso a redes de mercado; E as OSC podem ajudar a promover políticas favoráveis e aumentar a conscientização pública sobre a importância da Economia Circular.
Tecnologias como a impressão 3D, inteligência artificial e a Internet das Coisas (IoT) transformam a maneira como os produtos são projetados, fabricados e reciclados; A inovação tecnológica é motor para a Economia Circular. Jovens inovadores tem sido protagonistas ao liderarem o desenvolvimento e a implementação dessas tecnologias, criando soluções que tornam a Economia Circular mais eficiente e acessível.
Investir nos jovens, nas suas ideias e startups, significa investir no futuro da Economia Circular e no futuro do planeta. Gerando novos negócios, empregos, inovação, tecnologias e sustentabilidade. A colaboração entre setores e a promoção de inovações tecnológicas são fundamentais para transformarem a economia global, garantindo que o desenvolvimento econômico, e que este, vá de mãos dadas com a sustentabilidade ambiental. A Economia Circular nos leva a refletir além de nossas necessidades e desejos pessoais. Tornando-nos mais conscientes sobre nossas ações e nossos impactos em nossa própria vida e no planeta.
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