Dois irmãos brasileiros, que estão dando a volta ao mundo em um veleiro, devem completar a magnífica jornada em março de 2025. A aventura começou em 2018, mas foi interrompida após um acidente na Polinésia que quase acabou em tragédia. E agora eles, firmes e fortes, eles retomaram o sonho.
Celso Pereira Neto, de 32 anos, e Lucas Faraco, de 29, têm uma forte ligação com veleiros. Os dois foram criados em um barco no qual os pais viviam, até que a família foi para Ubatuba por conta do colégio das crianças.
A dupla iniciou a faculdade, mas a navegação nunca foi esquecida e falou mais alto. Já adultos, os irmãos largaram tudo e começaram a jornada a bordo do ‘Katoosh’, nome de um cachorro de estimação da família.
Como conseguiram dinheiro
No início, para concretizar o sonho, os dois usaram a embarcação e começaram a vender passeios no Litoral Norte de São Paulo.
O dinheiro arrecadado foi usado para uma reforma no barco. Com a embarcação pronta, era a hora de começar a missão da volta ao mundo.
No início, a dupla pretendia trabalhar nos países onde atracavam para conseguir continuar a viagem. Mas algo incrível aconteceu.
“O objetivo inicial era trabalhar nesses lugares para conseguir dinheiro e nos sustentar, mas tivemos sorte e, antes de sairmos, o projeto ficou muito conhecido e ganhamos muito seguidores. Então, hoje conseguimos nos manter com redes sociais e patrocínios”, diz Celso.
Por onde passaram
A dupla saiu de Ubatuba em 5 de março de 2018.
Os irmãos passaram por toda a costa brasileira, regiões do Caribe, Ilhas Virgens britânicas, Colômbia, Canal do Panamá, Polinésia Francesa, Fiji, Nova Zelândia e Indonésia, onde estão.
“Conhecemos muitos lugares novos. É como se fosse um ‘mochilão’ de barco. 90% do tempo ficamos parados, em terra, aproveitando esses lugares. Só 10% do tempo estamos no mar. Por isso já faz tempo que começamos, mas o sonho está próximo”, contou Celso.
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À deriva na Polinésia
A aventura teve muitas alegrias e medo também. No dia 3 de julho de 2019, quando estavam a caminho da Polinésia, o leme do barco quebrou no meio do mar e os irmãos não conseguiam pedir ajuda.
“Faltavam oito dias para chegar na Polinésia Francesa, quando do nada escutamos um barulho muito alto no barco. Ele balançou muito e aí vimos que o leme quebrou”, relembrou Celso em entrevista ao G1.
Para piorar, teve uma tempestade com chuva e ventos de mais de 10 quilômetros por hora no Oceano Pacífico Sul.
“Nós sabíamos que teria uma tempestade. Conseguimos acompanhar a previsão e estávamos nos preparando para isso, mas com o barco quebrado piorou tudo. A gente ainda estava em um corredor de ilhas. Se batesse em uma ia ser fatal”, lembrou.
Usaram cabos
Para contornar o problema, Celso e Lucas usaram cabos que tinham no barco para guiar a embarcação e só conseguiram atracar três dias depois.
“Foi o maior desafio da nossa vida. Durante a operação chegaram salvadores da Polinésia Francesa de helicóptero, mas eles só conseguiriam nos salvar e teríamos que deixar o veleiro para trás. Não queríamos abandonar o barco e ficamos. Foi muito difícil, mas no fim deu tudo certo.”
Quando chegaram em terra firme, os moradores locais disseram à dupla que provavelmente eles bateram em uma baleia, animais comuns na região.
Finalizando a jornada
Agora, passado o susto, o plano da dupla é voltar para Ubatuba quando a viagem completar 7 anos.
Ainda sem previsão para deixar a Indonésia, os irmãos vão navegar pelo perigoso Oceano Índico.
Depois, vão seguir para a África, antes de chegar novamente ao Brasil.
Boa viagem a vocês, Celso e Lucas!