Internas de um presídio do Ceará (CE) participam de um projeto de ressocialização e conquistam uma nova perspectiva de futuro. É a chance que elas precisam para mudar de vida!
Da leitura à construção civil, o presídio de Itaitinga oferece diversas oportunidades. As detentas voltam a estudar e conseguem até mesmo fazer uma capacitação profissional.
É o caso de Iris Rafaela, que trabalha na área de costura do presídio e já tem planos para quando deixar o encarceramento: quer criar uma marca de bolsas! “Na unidade, temos várias oportunidades. quando sair daqui, já temos como trabalhar lá fora”, contou a mulher.
Diferentes aprendizados
O foco da Unidade Prisional Feminina de Aquiraz é a ressocialização. Aqui, a ideia é que as detentas, durante o período que estão no cárcere, possam aprender coisas novas.
São diversas atividades como costura, construção civil, clube de leitura, alfabetização e oficinas de artesanato e trabalho. Tudo isso é coordenado pela Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso, que executa ações de inclusão social para detentos.
Segundo Socorro Matias, diretora da Unidade Prisional, o projeto cumpre um papel importante em dar dignidade para mulheres nessas condições.
“A cada três dias trabalhados ou 12 horas de estudos, elas têm um dia a menos no tempo de prisão. Além desse ganho pessoal, trabalhando e se qualificando com dignidade, elas estão diminuindo o tempo das penas para recuperar a vida lá fora”.
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Mudança de vida
E quem participa do projeto, ganha novas oportunidades.
Maria do Amparo é uma das 677 mulheres na Unidade Prisional. No local há 9 anos, ela pretende lançar um livro sobre sua história assim que deixar a prisão.
“O nome do livro vai ser ‘A Prisão de uma Dama, o Poder e a Transformação em Alta Performance”, disse.
Para ela, os dias no local foram importantes para que ela pudesse mudar a sua essência. “Cada dia que passa é uma transformação”, contou.
No setor onde ela está alocada, as mulheres trabalham trançando palha de carnaúba para embalar garrafas de cachaça.
Aprendeu a ler
Maria Creuza, ou Dona Creuza, retomou os estudos. Sem saber ler nem escrever, ela tinha dificuldades em várias tarefas.
Mas com o projeto, ela realizou o próprio sonho e a alfabetização virou uma realidade.
“Eu estudo de manhã e de tarde eu trabalho fazendo fuxico. Eu não sabia nada, nem meu nome, hoje em dia eu soletro”, comemorou a mulher em entrevista ao Jornal Jangadeiro.
Projeto deu resultado
E o projeto deu muito resultado e trouxe uma nova realidade para o sistema prisional feminino do Ceará.
Após 5 anos de criação da Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização, as unidades prisionais femininas cearenses passaram por melhorias.
As mudanças resultaram em quase 1.000 vagas ociosas (celas vazias) e um cenário onde todas as detentas participam de Projetos de Educação, Capacitação e Trabalho.