Dra. Rhyan Martelli
O nascimento prematuro demanda atenção maior dos pais. Dentre os cuidados que se deve ter com os bebês, ter o acompanhamento médico é de grande importância para evitar complicações nos primeiros meses de vida. A criança prematura é aquela que vem ao mundo antes do tempo previsto, ou seja, até 36 semanas e 6 dias. O período de gestação ideal tem duração de 37 a 42 semanas. A pediatra, neonatologista e pneumopediatra, Drª Rhyan Martelli destaca que quanto menor a idade gestacional, maiores são os riscos à saúde do recém-nascido. “É nas últimas semanas de gravidez que o sistema cardiorrespiratório se desenvolve completamente”, pontua.
Drª Rhyan chama a atenção para um dado da Sociedade Brasileira de Pediatria, que aponta o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) como o principal agente causador das infecções respiratórias em bebês: “O vírus é uma das maiores causas de infecções respiratórias em recém-nascidos, a termo e prematuros, e crianças pequenas, sobretudo bebês. É um dos principais vírus associados à bronquiolite, transmitido por gotículas respiratórias, como quando alguém espirra, tosse ou até mesmo fala. Também pode se espalhar indiretamente, quando entramos em contato com superfícies ou objetos contaminados. Então, é importante manter a higiene”, descreve. Sobre os sintomas, a médica afirma que pode ocasionar desde uma simples tosse até uma pneumonia mais grave. “A manifestação mais comum é a bronquiolite viral aguda (condição exclusiva em bebês, na qual os bronquíolos, estruturas que fazem parte dos pulmões, ficam inflamados). A prevenção da infecção pelo VSR pode ser feita com nirsevimabe, palivizumabe, vacina VSR (para gestantes)”, complementa.
Ela aponta também o desafio de lidar com um amplo espectro de doenças pulmonares crônicas, como por exemplo, a displasia broncopulmonar (DBP). “É uma doença crônica que se desenvolve ao longo dos primeiros meses após o nascimento prematuro, quando as estruturas pulmonares são funcionalmente imaturas. Quanto mais imaturo é o pulmão, maior a chance de desenvolvimento de DBP. Considerando o fato de haver pulmões imaturos, associado às terapias necessárias para a vida, à predisposição individual/genética e a fatores ambientais, há um ciclo de inflamação, danos, reparo e cicatrização. Esse processo pode ser favorável ao pulmão ou não, em diversas partes do sistema respiratório e em diversos graus”, comenta Drª Rhyan. E acrescenta, fazendo um alerta aos pais: “O bebê com DBP costuma ter aumento do trabalho respiratório, que pode ser evidenciado com elevação da frequência e/ou do esforço para respirar, ‘chiado’ no peito, tosse, susceptibilidade a infecções respiratórias, aumento da pressão dos vasos pulmonares, entre outros”, afirma. A médica pondera ainda que mesmo os prematuros que não tem displasia devem fazer acompanhamento com um pneumopediatra.
Por fim, a Drª Rhyan lembra que o ideal é ter um pediatra para acompanhamento regular para evitar idas frequentes à emergência. “Também são essenciais algumas precauções básicas, como cartão de vacina completo, lavar as mãos antes de tocar no bebê. usar álcool em gel quando necessário, priorizar o aleitamento materno quando possível, evitar ambientes fechados e aglomerados, manter o bebê distante da exposição ao tabaco e evitar contato com pessoas que apresentam sintomas respiratórios”, detalha. E complementa: “Devem ser entendidos como sinais de alerta os sintomas como febre, tosse, coriza, espirros, irritabilidade, letargia, redução ou recusa em mamar, dificuldade para respirar e ‘chiados’ no peito”, completa.
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