1 O mundo virtual faz parte do mundo real.
As conexões digitais são diluídas em vários momentos da nossa vida e muitas vezes é difícil separar a experiência conectada das demais experiências. A presença de diferentes dispositivos conectados influencia bastante nas opções de lazer, educação, relação com outros e entretenimento. No entanto, o acesso irrestrito à internet e aos games, sem mediação parental, educação digital e regras de uso — em relação ao tempo e plataformas utilizadas — expõe crianças e adolescentes a uma série de riscos. Como pais e responsáveis, temos um desafio de atuar como mediadores desta relação a partir do entendimento da dimensão pública da rede, dos riscos e da importância de promover o seu uso ético e seguro.
2 Acompanhe, faça a mediação e dialogue sempre
Uma das melhores estratégias para discutir riscos e identificar perigos é a proximidade com a criança e o adolescente. A relação de diálogo e confiança é fundamental para conversar sobre comportamentos, sexualidade, privacidade e, até mesmo, sentimentos a partir de experiências e interações online.
O diálogo deve continuar a ser a nossa principal estratégia para desenvolver a consciência e o autocuidado. É fundamental combinar e estabelecer acordos com crianças e adolescentes sobre: tempo de uso, éticas digitais, medidas de segurança e lugares perigosos.
Lembrando que os cuidados que temos que ter com adolescentes são diferentes dos que temos com crianças. Da mesma forma, as estratégias de mediação parental com um grupo etário não se aplicam ao outro. Conhecer as fases de desenvolvimento e acompanhar as interações dos filhos e filhas com pessoas e plataformas online são habilidades fundamentais para os pais e responsáveis.
3 Promova a cidadania digital
As condutas e os valores éticos que temos que ter no dia a dia devem corresponder à nossa experiência digital. Falar de cidadania digital é falar do uso responsável das tecnologias e de habilidades para se comportar com cuidado e respeito ao próximo. Promover a cidadania digital contribui para que crianças e adolescentes estejam menos vulneráveis aos riscos de se expor ou causar danos.
Dicas e cuidados para mediar o uso de tecnologias por crianças e adolescentes
Crianças de até 9 anos
Crianças dessa idade devem ter acesso limitado a tecnologia. Nesse caso, temos mais controle sobre o que acessam, onde e como. Filtros parentais e filtros dos próprios serviços e apps restringindo conteúdo para a faixa etária costumam dar certo — mas desde que haja acordos e observâncias dos pais.
Pré-adolescentes de 9 a 12 anos
Nessa idade, as crianças já sabem ler e escrever, e os dispositivos eletrônicos passam a fazer parte da realidade, da forma como estudam e interagem uns com os outros. Os desafios de controle podem exigir um pouco mais de paciência e negociação. A atenção dos pais e responsáveis é fundamental para mediar esse acesso mais autônomo, em mares mais distantes daqueles que o controle parental restringia. É muito importante mostrar que a conquista de mais privacidade e mais liberdade dependem de o pré-adolescente respeitar os limites combinados e ter autocuidado.
Com adolescentes de 13 anos em diante
Essa é uma fase desafiadora, já que os jovens estão desenvolvendo a própria identidade. O diálogo é mais do que nunca a melhor estratégia, e deve ser usada para estimular noções de autocuidado e de equilíbrio entre atividades on e offline. Provoque conversas francas e estimule habilidades e conhecimentos práticos, como por exemplo o caminho para denunciar, as consequências legais de situações de violência, os impactos na saúde física e mental dos conteúdos danosos, bem como consequências para a reputação dos adolescentes. Com essa idade, eles são capazes de identificar comportamentos inadequados e denunciá-los. Ouça, pergunte, saiba onde navegam, olhe nos olhos, valorize e converse sobre os desafios de equilibrar o tempo conectado e sobre a importância de serem éticos e estarem seguros em todos os ambientes.
De olho no comportamento – Observe em todas as faixas etárias:
- O que a criança ou adolescente está acessando – o conteúdo é adequado à faixa etária?
- Há interações com pessoas desconhecidas?
- Está divulgando dados pessoais colocando em risco a sua privacidade?
- Como está se comportando na interação com o outro? Sabe que além de ser potencial vítima pode também se envolver com brincadeiras que o tornam agressor?
- Está com mudanças de comportamento, deixando de dormir ou demonstrando distúrbios alimentares?
- Está deixando de fazer outras atividades essenciais como interagir com a família e brincar com amigos?
- Fique atento à baixa autoestima e depressão, ou sinais de que esteja sendo vítima de cyberbullying
Quero aprender mais sobre a segurança de crianças de adolescentes em ambientes digitais
A cartilha “Navegar Com Segurança”, da Childhood Brasil oferece um guia para famílias se informarem e estabelecerem um diálogo e cuidado saudáveis com o tema em casa. Acesse: Childhood Brasil.
Vi comportamentos ou conteúdos ilegais, e agora?
Sempre que vir alguma coisa inadequada, que fere os direitos humanos, denuncie em denuncie.org.br.
Se você conhece uma criança ou adolescente em risco, disque 100.
Para buscar orientações de como ajudar uma vítima, acesse canaldeajuda.org.br.
PARA APLICAR CONTROLES PARENTAIS: Conheça o App Xbox Family Settings
O app de controle parental de Xbox é um importante aliado para proteger crianças e adolescentes de conteúdos indesejados na hora de jogar. Ele possui recursos para bloquear e filtrar o que seus filhos e filhas podem consumir quando ligarem o videogame. Acesse https://www.xbox.com/pt-BR/apps/family-settings-app
