Problemas causados pela diabetes podem estar com os dias contados se depender desse óleo natural criado por pesquisadores de uma universidade brasileira. O medicamento usa uma planta para combater neuropatias.
Cientistas da Universidade Estadual do Ceará (Uece) receberam carta-patente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) pela pesquisa. O óleo, de baixo custo, é extraído Croton zehntneri, conhecida como canela de cunhã e muito popular no Nordeste.
“Nós desenvolvemos esse estudo, utilizamos óleo essencial em uma determinada concentração e conseguimos ver que o tratamento com óleo essencial dessa planta conseguiu reverter ou, pelo menos, atenuar, alguns problemas que o diabetes pode provocar devido à neuropatia em gânglios nervosos e em troncos nervosos”, disse o doutor do Laboratório de Eletrofisiologia, Francisco Walber.
Neuropatia diabética
A neuropatia diabética é uma complicação da diabetes que afeta os nervos das extremidades, como as mãos e os pés. “A complicação mais grave do diabetes frequentemente é a neuropatia, que ocorre principalmente como lesão aos nervos mais longos do corpo, sendo um deles o nervo ciático, que vai desde a coluna até o pé”, explicou professor Henrique Leal em entrevista a Uece.
Além de sentir muita dor, o paciente passa a ter falta de força, formigamentos e falta de sensibilidade no local. A doença não tem cura, mas conta com medidas que ajudam a aliviar os sintomas.
“A pessoa tropeça, fere o pé e não sente, sendo que no diabetes a cicatrização é mais difícil. Isso gera frequentemente um problema muito conhecido que é o pé diabético, em que a pessoa desenvolve úlceras no pé de difícil tratamento e de difícil cicatrização”, concluiu Henrique.
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Tratamento inédito
Agora, o óleo surge como uma esperança e um tratamento específico contra a neuropatia diabética.
Em testes pré-clínicos, realizados com camundongos, o Laboratório de Eletrofisiologia (LEF/Uece) conseguiu resultados incríveis.
O grupo observou a atenuação, e em alguns casos até mesmo a reversão, da doença em gânglios e troncos nervosos dos roedores.
O segredo se deve ao alto teor (80%) de anetol, um composto vegetal presente na planta, este composto ajuda a tratar as alterações neurais e o melhor, se interferir na glicemia do paciente.
Estudo futuro
O próximo passo é aperfeiçoar ainda mais a patente.
De acordo com Henrique, o grupo vai seguir com a pesquisa e se debruçar sobre a dose de efeito do óleo.
“Na dosagem inicialmente pesquisa, o óleo essencial já tem um excelente efeito anti-inflamatório. Então, nós decidimos experimentar baixar essa dose”, explicou.
O projeto teve a participação dos pesquisadores Francisco Walber Silva, Vânia Ceccatto, Aline Alice Albuquerque, Morgana Oquendo, Flávio Henrique Macedo, Kerly Shamyra Alves, José Henrique Leal Cardoso e Andrelina Souza.
A Universidade recebeu patente pelo feito. Foto: Hiane Braun/Casa Civil.