Um estudo da Universidade da Califórnia em São Francisco, nos Estados Unidos, descobriu como transformar células brancas, que acumulam gordura, em células beges, que queimam gorduras.
Em laboratórios, os cientistas bloquearam a proteína KLF-15 em roedores. Ao suprimir a KLF-15, o grupo notou que a célula branca se transformou para bege, induzindo a perda de gordura nos ratos.
“Não apenas as células de gordura podiam mudar de uma forma para outra, mas sem a proteína, a configuração padrão parecia ser bege”, disseram em comunicado.
Gorduras do corpo
As descobertas estão relacionadas às gorduras do corpo humano. Muitos mamíferos têm até três “tons” de células de gordura.
A branca serve como reserva de energia para o corpo. Já a marrom, queima energia para liberar calor e manter a temperatura do corpo.
A bege combina as características das outras duas. Apesar de queimar energia, elas não crescem em aglomerados como a marrom, mas sim em depósitos de gordura branca.
Leia mais notícia boa
Harvard mostra 5 melhores exercícios para queimar gordura e cuidar da saúdeVeja 10 hábitos que vão te ajudar a perder gordura abdominal: alô vida saudável!Pó de gengibre ajuda a reduzir gordura visceral, descobrem japoneses
Modificando tecido adiposo
O médico Brian Feldman e o biólogo molecular Liang Li, lotados na Universidade da Califórnia, iniciaram uma série de experimentos. O objetivo era conseguir modificar o tecido adiposo de roedores.
A chave do estudo está em uma proteína chamada KLF-15, muito encontrada em células adiposas brancas.
Quando a proteína foi suprimida, as células antes brancas, se mudaram para beges. Esse processo facilita a queima de gordura sempre que o corpo precisa de energia.
Testes com humanos
O grupo ainda descobriu que o link entre a mudança é um receptor. Em roedores, ele é chamado de Adrb3 e demonstrou influenciar a perda de peso.
Quando os pesquisadores realizaram a mesma mudança em células humanas, o resultado não foi o mesmo.
Isso porque, no corpo humano, a proteína KLF-15 interage com o receptor chamado Adrb1.
Humanos obesos
O passo agora é desenvolver medicamentos que interajam com Adrb1, e criar medicamentos para humanos em situação de obesidade.
Segundo o grupo, há uma chance grande de que essas novas drogas possam aliviar a obesidade.
O processo deve ser parecido com o encontrado em ratos, convertendo células de gordura brancas em células beges.
Segundo o grupo, um medicamento que tenha como alvo o receptor Adrb1, tem vantagens significativas sobre os novos medicamentos injetáveis para perda de peso.
Isso porque sua atividade seria limitada a depósitos de gordura, em vez de afetar o cérebro.
“Certamente não chegamos à linha de chegada, mas estamos perto o suficiente para que você possa ver claramente como essas descobertas podem ter um grande impacto no tratamento da obesidade”, explicou Liang em comunicado.